segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Mais interrogações do que certezas

Mais interrogações do que certezas
Incluido por: web
Data: 31/10/2011


Assim iniciou sua fala José Pacheco, especialista em música, leitura e escrita, mestre em Educação pela Universidade do Porto, que coordenou desde 1976 a Escola da Ponte, da qual é um dos idealizadores, reconhecida em todo o mundo pelo projeto educativo inovador, fortemente estruturado na autonomia dos estudantes.

O palestrante veio a Curitiba para o “Ler e Pensar” programa oferecido pelo Instituto grpcom, em sua cerimônia de premiação dos melhores projetos desenvolvidos pelas escolas da Rede Muncipal paranaense, na qual as Faculdades Integradas do Brasil foram representadas pela assessora institucional, professora Wanda Camargo.

“Em 1976, compreendemos que precisávamos mais de interrogações que de certezas. E empreendemos um caminho feito de alguns pequenos êxitos e de muitos erros, dos quais colhemos (e continuaremos a colher) ensinamentos, após termos definido a matriz axiológica de um projeto e objetivos que, ainda hoje, nos orientam: concretizar uma efetiva diversificação das aprendizagens, tendo por referência uma política de direitos humanos que garantisse as mesmas oportunidades educacionais e de realização pessoal para todos, promover a autonomia e a solidariedade, operar transformações nas estruturas de comunicação e intensificar a colaboração entre instituições e agentes educativos locais”.

A Escola da Ponte faz parte da rede pública portuguesa, e não segue um sistema baseado em seriação ou ciclos, e onde as crianças e os jovens criam as regras de convivência que serão seguidas inclusive por educadores e familiares. Comentando erros e acertos, o educador colocou à platéia a necessidade urgente de, aos tradicionais quatro pilares da Educação: aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a ser e aprender a conviver, acrescentar urgentemente mais três:

Aprender a desaparecer: somos personalistas e arrogantes, e o professor transmite ao aluno, profundamente, aquilo que ele é. Como ter educação de qualidade ensinando a ser centralizador e pretendendo sempre o papel principal nas atividades educacionais?

Aprender a desaprender: aceitar o fato de que algumas características e conceitos necessitam urgente “desaprendizagem” é fundamental ao bom educador. “Desaprender ensina princípios”.

Aprender a desobedecer: autonomia é fundamental. “No Brasil, as escolas funcionam em uma lógica administrativa e burocrática, não pedagógica. Hierarquia não combina com pedagogia. Isso maltrata o professor”.

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