sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O Cálice e a Espada - Comentário


O Cálice e a Espada


Mal comecei a ler o livro de Riane Eisler, "O Cálice e a Espada" - foram apenas 100 páginas até agora -, mas estou tão empolgada com o assunto que queria falar um pouco sobre ele.

A autora, através da análise de longas pesquisas arqueológicas e históricas, nos traz evidências da existência de sociedades pacíficas e igualitárias no nosso passado, atéo período Neolítico. Tais sociedades ela chama de "sociedades de parceria", organizadas pela cooperação e respeito entre todos os membros da comunidade e também respeito pela vida e pela natureza. Nessas sociedades, hierarquia, domínio pela força e violência não tinham lugar. Características tidas como "femininas" (na nossa visão de mundo atual) eram altamente valorizadas: o dar, o nutrir, o proteger. Um dos mais fascinantes exemplos dados é o da civilização cretense.

No entanto, culturas baseadas em valores "masculinos", ou seja, na guerra, na subjugação, na exploração do outro e do meio, vieram a destruir essas sociedades pacíficas através de invasões, o que nos trouxe ao momento em que nos encontramos: um mundo tomado por violência, lutas incessantes pelo poder, gastos astronômicos em armamentos, exploração e destruição do meio ambiente, etc.

A autora irá demonstrar (eu ainda não cheguei lá para ver como...) que é possível reencontrarmos esses valores de cooperação, parceria e respeito pelas diferenças, para construirmos um futuro melhor que o nosso presente. Que é possível que homem e mulher, velhos e crianças, sejam todos tratados da mesma forma, e que diferenças não signifiquem inferioridade ou superioridade. Que podemos voltar à cultura do "Cálice" - o nutrir, o dar vida - e abandonar a cultura da "Espada"- das guerras, da humilhação, do tirar vidas.

Adoro essa mistura de arqueologia, história, sociologia, antropologia, cultura. Adoro livros que nos fazem pensar como mesmo descobertas tidas como absolutamente científicas são também frutos de uma interpretação influenciada pela própria visão de mundo culturalmente determinada, o que nos deixa cegos para outras explicações e evidências que estão bem na nossa frente.



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