sábado, 18 de fevereiro de 2012

Os jogos cooperativos podem transformar a cultura das organizações

25 de setembro de 2007, às 00h01min

Por Alexandre Vieira


É cada vez maior o número de empresas que estão buscando compreender o que significa a Filosofia da Cooperação, e a sua aplicação para o mundo organizacional. Também é consenso de que o mundo e a nossa sociedade, precisa de uma profunda revisão de princípios e valores deixados para trás, nesta nossa tão competitiva "selva de pedra". Precisamos de mais solidariedade, igualdade e justiça social.

Com o passar dos tempos, identificamos um número significativo de empresas com comprometimento social, onde todos os colaboradores participam ativamente destes programas, sendo todos mais cooperativos, solidários e amigos dentro da empresa. Será que é possível?

Pode estar certo que sim! A aprendizagem em grupo, principalmente naqueles em que as habilidades coletivas são maiores do que as individuais, ou ao contrário (com um pouco mais de dificuldades), se dá através do desenvolvimento das capacidades para uma ação coordenada, sempre buscando o diálogo, abrindo espaço para difusão e proposição das idéias, com a participação de todos. Na medida em que vai ocorrendo a participação e o enriquecimento das idéias, bem como dos contrapontos, ficando assim evidente o encaminhamento para uma lógica comum (pensamento sistêmico).

Se analisarmos um pouco da evolução histórica da humanidade, podemos constatar que o ser humano nasce motivado a aprender, explorar o mundo, adquirir conhecimento, experiências, relacionar-se com pessoas, beneficiando-se de todo este aprendizado. Enquanto somos crianças, aprendemos jogando e explorando o mundo à nossa volta, na medida em que vamos crescendo, vai ocorrendo toda uma formatação da escola, família e sociedade para que nos tornemos pessoas sérias, responsáveis, com uma postura sisuda e rígida. Quando rimos e nos divertimos, há uma libertação dos bloqueios, da seriedade paralisante, da rigidez (moral/social), libertando a consciência, as emoções, o pensamento e a imaginação, que ficam suscetíveis para o aprendizado de novos conhecimentos, tendo o prazer de aprender.

O clima mais adequado para o aprendizado é o do livre pensar, da liberdade, quando estamos livres para ver as coisas de forma diferente, trabalhamos com a mudança da perspectiva da realidade, podendo então, transformar esta realidade e aprender com ela, na medida em que ficamos sensibilizados com o aprendizado e refletimos, conscientizamos, transformamos nosso comportamento e o aprendido começa a fazer parte da nossa cultura.

Os Jogos Cooperativos, podem servir como um instrumento da Cultura da Cooperação, trabalhando o indivíduo na sua integralidade e a sua interdependência com os demais colegas de sua empresa (escola, instituição pública etc...), fazendo com que ele experimente e vivencie os jogos, nos quais uma nova proposta e um novo paradigma são propostos: o de somar esforços em prol de um objetivo comum.

Se analisarmos nossa sociedade, fica facilmente evidenciado a sua competitividade, porém, este não é o grande desafio do ser humano, pelo contrário, não ganharemos com a derrota do outro, sobrepujando-o em habilidade, força ou inteligência, mas sim conseguindo conviver e trabalhar com o outro, apesar de suas diferenças, exercitando o diálogo, a empatia e o respeito. Em suma, eles constituem um instrumento lúdico, capaz de provocar uma ruptura em nossa subjetividade individualista e competitiva e, com isso, provocar uma revisão de valores e condutas permeadas em nosso cotidiano, caminhará em direção de um mundo mais cooperativo, justo e solidário (um caminho para a paz).

Através deles, podemos deduzir um conjunto de indicadores válidos para avaliar um programa cooperativo de educação para a paz, tais como:

- Enfrentamento dos conflitos: da violência à sua regulamentação pacífica; 

- Respeito a valorização das diferenças: c ondutas de tolerância, aceitação e não discriminação da diversidade; 

- Melhora das relações pessoais: atitudes e comportamentos na sala de aula, no centro educacional e empresas; 

- Autonomia e responsabilidade para tomar decisões; 

- Respeito aos bens coletivos; 

- Participação voluntária; 

- Tolerância, respeito e interesse por conhecer outras culturas e formas de vida.


Os jogos cooperativos não são apenas um fim, isto é, simples técnicas de facilitação ou recreação do trabalho grupal, mas sim os meios através dos quais poderemos promover experiências portadoras de um significado, que irão dar novos sentidos à prática coletiva. Desta forma, podemos trabalhar com os jogos cooperativos de várias maneiras, desde as práticas grupais, os encontros de estudos e debates, os festivais, a mesa do bar, o churrasco de final de semana e a partida de vôlei ou futebol, elementos que servem como instrumento para nos ajudar a levar a cooperação para a construção de um mundo melhor.

No decorrer dos anos, nossa cultura se desenvolveu fundamentada e alicerçada na sociedade capitalista, individualista e competitiva, repassando todos estes valores para população, inventaram instrumentos de medida para ver se uma pessoa era mais ou menos inteligente (QI), estimulavam a disputa, rotulavam os alunos e desenvolviam sentimentos de rancor, intriga, disputa, rivalidade e muitos outros. O TER é mais valorizado do que o SER, caso não ocorra uma mudança em nosso comportamento, bem como na forma de nos relacionarmos com os outros e com nosso planeta, certamente, dentro em breve não haverá mais Planeta Terra.


Frente a este novo caminho surgido, foi dado início a aplicabilidade dos jogos como ferramenta pedagógica de ensino, eis que são versáteis, com regras flexíveis e por isso adaptam-se a todo o tipo de pessoas, grupos, espaços e competência. A ludicidade garante o divertimento e o prazer, o aspecto sócio-afetivo de estar com o outro e não contra o outro, possibilitando trabalhar a idéia de equipe, e uma oportunidade de incluir e não excluir as pessoas/colegas.

Há o resgate de valores que até então, estavam esquecidos, caminhando para direção de construção de uma sociedade mais cooperativa, emancipadora, democrática, solidária, justa, alegre, permeada por emoções autenticas e verdadeiras. 

Por estes motivos, entendo que a educação em valores está plenamente vinculada aos jogos cooperativos, pois há a participação de todos, cada qual com suas competências, não existindo cobranças, nem julgamentos, pois o que importa, é o todo, o trabalho do grupo, o processo, resgatando valores esquecidos pela sociedade capitalista/competitiva. Desta forma, deduz-se a necessidade de atuarmos em âmbitos inter-relacionados (Âmbito pessoal, social e ambiental). O mais importante é ajudar as pessoas a verem a si mesmas e os outros como seres humanos igualmente valiosos, tanto na vitória, como na derrota, introduzindo valores adequados no jogo, tais como, ganhar, perder, sucesso, fracasso, rejeição, jogo limpo, amizade, companheirismo, aceitação, cooperação e competição sadia.

Na realização destas atividades, inúmeros são os sucessos pessoais que podem ser oferecidos e desenvolvidos, os quais não tem nada a ver com ganhar, tais como, melhorar as destrezas, novos movimentos, jogos, exercícios, formações, melhorar o auto-controle, controlar o temperamento, relaxar-se, melhorar o relacionamento com os companheiros, professores, superação dos erros, discussão dos resultados, contraposição de idéias enfim, uma infinidade de benefícios agregados a aplicabilidade dos jogos cooperativos, por estes palpáveis motivos, creio que a referência para construção de um mundo melhor é a cooperação.


Podemos estabelecer uma relação onde todos participam do processo de construção e administração, cooperando com a construção da escola, promovendo desta forma, valores sociais positivos, alicerçados em inovação, cooperação, confiança, paz, o prazer da busca, da pesquisa, da crença de que vencer juntos é possível, da disposição de romper fragilidades e amarras impostas por nossa sociedade industrial/capitalista/competitiva, até mesmo com a educação tradicional limitativa e de preconceitos vagos e questionáveis que insistem em sobreviver em todos nós. 

Neste sentido, acredito que os jogos cooperativos e o cooperativismo educacional poderão auxiliar significativamente na reforma da sociedade, bem como suas instituições e setores privados. Começaríamos primeiramente, pelos pais, nossos primeiros mestres, iniciando pela nossa casa, demonstrando através do pensamento, pela palavra, pela atitude e pela convivência.

Portanto, trazer a Cultura da Cooperação para as Organizações pode sim chegar através da idéia de aumento da produtividade, redução de conflitos e melhoria dos canais de comunicação, para maximização dos lucros, ocorrerá a participação de todos nós, sem exclusão, nem seleção dos melhores, não existirá nem primeiro e último lugar, haverá um lugar comum, não existirá nem vencedores e perdedores, todos jogaremos juntos e cresceremos com o aprendizado comum, também não existirá adversários, seremos todos parceiros de uma mesma jornada (construção de um mundo melhor), não haverá troféus, nem medalhas, saberemos que a verdadeira conquista é aprender a conviver, respeitando nossos limites, onde todos poderemos VenSer... Felizes!

Como implantar na sua empresa? 

Para maiores informações sobre como realizar a implantação do programa Saúde e Bem Estar no Trabalho (SABET) - que tem como pilar basilar a Educação para Saúde (Ginástica Laboral), Educação para o Lazer e as Relações Humanas, entre em contato com: 

Multhiser - Consultoria, Treinamento e Organização de Eventos 
Responsável: Alexandre N. Vieira 
Fone: (51) 9226.9102 


A Multhiser atua no ramo de atividade física, como prestadora de serviço há três anos, tendo realizado trabalho para as mais diversas empresas e instituições públicas, tais como, FEPPS (Fundação Estadual de Pesquisa Produção na Saúde), Tribunal Regional Eleitoral, 2ª Vara de Família e Sucessões, MS Soluções Empresariais, Paquetá, Medex, entre outras. 

O Programa SABET da Multhiser pode ser implantado em todos os estados da região SUL. A empresa também realiza palestras em todo o território nacional. 

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